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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Porque quero ser mãe?


Às vezes me pergunto quando passo por algum bebê ou uma mulher grávida e em uma fração de segundo vem aquele pensamento amargo de inveja. Quero tanto ter um filho, quero tanto ser mãe... Mas porque? Porque? Procuro explicações para além do instinto natural de preservar e transferir geneticamente minhas características. Além de conviver com aquele rostinho angelical, além de receber todas atenções quando estiver grávida, dos amigos, da família... Será por solidão? Será que é uma forma mais fácil de me adaptar e finalmente aceitar morar aqui? Será que é para provar para alguém (talvez para eu mesma) que já ultrapassei a adolescência?


Por outro lado, tenho vontade de escrever outra história, começar a minha finalmente. Tem pessoas que não tem o desejo de ter filhos, seja por que são muito altruístas (os exemplos são raros), seja por medo ou egoísmo. No entanto creio que até o egoísmo em si, tem a sua vertente no medo. Li em algum lugar que quem não quer filhos nunca deixa de ser filho, não passa deste estágio e provavelmente não terá a oportunidade de experimentar o amor incondicional que este novo papel proporciona.


Voltando ao porque de ser mãe, acho que nunca é por um motivo só, não é só para completar o casamento, nem para partilhar momentos bons e ruins. Acredito que ser mãe para mim também significa um aprendizado, quero ser uma pessoa melhor, poder dar o exemplo e também aprender com ele. Sim porque tem pais que acham que só cabe a eles a educação, como acredito que temos várias vidas e as crianças são como nós, espíritos milenares, elas também tem muita coisa para nos ensinar. E eu quero ter a humildade de aprender com o meu filho também.
De qualquer forma esse já é um início de amadurecimento, quando alguém deseja que outro ser invada sua vida e ponha em xeque tudo o que aprendera, este é o momento de se desconstruir para poder se adaptar a uma nova realidade, a um sentimento de desapego total em que o nosso filho passa a ser o foco mais precioso do nosso amor. Com certeza a minha mãe não teve oportunidade de avaliar nada, quando viu eu já estava aqui. Não houve grandes reflexões de porque daquilo ou de outro, foi natural assim como foi para a minha vó e para a maioria das mulheres. O fato de não poder ter filhos naturalmente é que me põe a pensar nessas razões todas que talvez seriam desnecessárias... Porque ninguém está pronto para ser mãe, não há escola nem manual ou livros que substituam os erros de cada dia, as culpas e cobranças... Pelo menos já temos um começo (onde não errar) e o tempo faz o resto. O que é certo é que TODOS erram e inevitavelmente o nosso filho terá as suas frustrações, assim como nós. E quem sabe daqui a 20 anos estará escrevendo em um blog eheheh. O que importa é que em todo o momento estaremos fazendo sempre o melhor que podemos.
Eu quero ser mãe, quero fazer parte do ciclo da vida como todas as coisas da natureza. E como diz a música: quero um amor maior, amor maior que eu, que eu...

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